Começo por dizer que teimo em ter uma necessidade agoniante em escrever. Não importa para quem, mas sim como. E ao som de uma melodia qualquer talvez ainda consiga relatar aquilo que ele nem imagina ter dito alguma vez. E por mais que tente, sempre que me dirijo a alguém, é a ele. E não é agora que alguém irá parar perante a minha pessoa para perguntar se ainda o amo. Ninguém teria uma mínima coragem sequer para me questionarem o tipo de dor que ronda os meus olhos, a nostalgia e a melancolia que sinto por ele. Se neste preciso momento estiver a ler-me perceberá e decifrará o que cada palavra esconde. O que cada memória relembra. E se neste momento vos pedisse para pararem de deslizar os vossos olhos neste código de sentidos, eu sei que ele seria o primeiro que me desobedeceria. Sei que leria até ao fim. E mesmo assim chegaria ao final a saber o mesmo... Porque isto não é mais nem menos senão uma repetição do que nos aconteceu. Uma memória, como disse. E é tão normal... Tenho dito. É tão normal a maneira como o olho, como o abraço com o olhar. Olhar cujo parece, e é, aconchegaste. Palavras tornam-se num esgotamento. Sentidos transformam-se numa jaula para além de pequena. E quando ele me mata com a realidade essa jaula diminui ainda mais e a única coisa que necessitaria seria uma droga. Bem real, que se acentuasse bem em mim. Na melancolia que sinto por ele, na minha rotina tão desgastante e repetitiva. Dito mas não feito. Prometido mas não cumprido. Digo e prometo que encontro essa tal droga que possuirá mais força que alguma vez eu tive. Digo e prometo. E o provável é não ficar feito, nem cumprido.
2 comentários:
Está divino!
Revejo-me às parcelas neste post. A dor, o sentimento...
porque o sentimento não muda por vezes, por mais ausente que seja, mesmo que já não nos pertença, o sentimento fica, e isso sim, é amor. (:
gostei imenso querida!**
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