Vivo das palavras inconscientes, secretas e invisíveis. Louca por cada detalhe teu. Sou eu... Sou eu, em ti. E não me descreveria melhor.

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domingo, outubro 7

Take care, of me.

Seria de imaginar eu, aqui sentada, a escrever-te a mais bonita das cartas. Quem sabe se esta ainda é maior que muitas outras das quais tu sempre foste e sempre serás o destinatário.
Tu, com essa espontaneidade que te sobe dos pés à cabeça, lês-me com uma pressa atenta. E saberias o que cada palavra continha, saberias o que te esperava e o que te escreveria se fosses atento. Atento a mim e a tudo o que do meu coração está ligado ao teu. Não te rales. Tanto te escrevi, e nunca soube por onde começar. Logo eu, que estou tão ligada às palavras, sobretudo quando são dirigidas a ti. E começar nunca foi o meu forte. Dei-me sempre por vencida no que toca a iniciar ou a reinventar uma palavra, frase ou qualquer outra coisa que me desse um pequeno impulso para uma enorme folha cheia de palavras. “Tanto fiz que agora tanto faz” seria um bom começo. Bom não, excelente.
Adianto-te já que, independentemente da hora, dia ou mês, estarei sempre com um anseio de te escrever, nem que ele um dia se torne mínimo. Por mais mínimo que seja será sempre uma vontade minha, uma rotina que jamais serei capaz de mudar. Porque escrever-te é como cheirar rosas e curar uma constipação, acordar uma hora antes do previsto e saber que ainda tenho mais tempo para aterrar em cima da almofada. Óptima sensação, tenho dito. Adianto-te porque esta carta, deveras, é bastante rápida. Com um fim igual aos outros. Digo-te só que, tu, com a tua leve expressão facial, fazes o meu coração acelerar ainda mais rápido que uma corrida pela manhã.
Sempre tua.